Escudo de ouro, com um castelo de vermelho, lavrado e iluminado do primeiro, aberto de azul, a porta aldrabada e besantada de prata. Coroa mural de prata de quatro torres. Listel branco com a legenda de negro: "ALMEIDA".


Em 1708

  • Na altura de 40 graos, 20 minutos, sete legoas de Trancoso para o Nascente, & tres de Pinhel para a mesma parte 
  • Em lugar alto está situado a nobre Villa de Almeyda, distãnte hum quarto de legoa do rio Coa, q dà nome à Comarca, q chamaõ de Riba de Coa, a qual he huma lingua de terra de 15 legoas de comprimento & quatro de largo, aonde tem a mayor largura.
  • Está lançada de Norte a Sul & cingida da parte de Portugal com o rio Coa, que tendo seu nascimento na serra de Xalma, que he huma parte da Gata, entra no nosso Reyno pelos lugares de Folgozinho, Val d'Espinho, donde se avisinha ao Sabugal, primeira Villa acastelada desta Comarca por aquella parte & della vay correndo atè se meter no Douro em Villa-Nova de Foscoa.
  • Pela parte, ou Estremadura do Reyno de Leaō, com que confina, vai a raya balizada por campinas & montes atè S. Pedro de Rio Seco, perto de qual lugar nasce a ribeira de Touroes, que vai dividindo os Reynos, até entrar no rio Agueda abaixo de Escarigo.
  • Daqui vay o Agueda fazendo a mesma divisaō atè entrar no Douro, que fecha ultimamente este destricto , recebendo as águas do Coa no lugar que dissemos.
  • A fundação desta Villa se atribui aos Mouros, quando dominàraō a Espanha, chamandolhe Talmayda, interpretado Mesa, pela planicie de seu antigo sitio, que foy em um campo mais para o Norte, aonde vemos agora hum valle, que se chama o Enxido da Carça, o qual era melhor, mais plano, & mais idoneo que o de agora, que fica em hum recosto para o Nascente.

  • El Rey Dom Fernando o Magno, primeiro de Castella, a conquistou aos Mouros pelos anos de 1039. Depois se tornou a perder, & a restaurou El Rey D. Sancho o Primeiro de Portugal no de 1190 por meyo do ilustre Payo Guterres, descendente do famoso Egas Moniz; o qual por se assinalar nesta empreza tomou o sobrenome de Almeyda.

  • Finalmente El Rey Dom Dinis a fundou no sitio em que hoje está, mandando fabricar seu Castello, q reedificou El Rey D. Manoel pelos anos de 1509 do qual se estaõ vendo terras de onze Bispados, a saber, de Lamego, Guarda, Coimbra, Vizeu, Braga, Miranda, Porto, Coria, Ciudad Rodrigo, Placencia, & Salamanca.

  • He cercada de muros de cantaria com duas portas, a de S. Antonio & a de S.Frãcisfco & tem huma fortaleza para o Poente na mayor imminencia da Villa com duass no primeiro Castello, & huma cerca descortinada com seus reductos descortinados, cisterna de agua nativa, & casas de muniçoens, & de alojamento dentro do primeiro Castello.

  • Tem depois deste primeiro Castello huma cerca com quatro reductos descortinados, & ponte levadiça, que cahe sobre humma cava, que a cerca em roda, guarnecida de lages, altura de duas picas: outras duas de vao com suas ladroeiras a partes cõvenientes.

  • Tem outro Castello para o Poente, chamado a casa de Treiçao , com outra porta, & ponte levadiça.

  • A Igreja Matriz, que ele da invocação de N. Senhora das Candeas, fica neste Castelo para a parte do Norte: o sumptuoso Templo, com uma boa boa, & alta torre de campanario, & tem hum Vigário, que apresenta o Bispo de Lamego, para administrar os Sacramentos aos freguezes.

  • Tem mais Casa de Misericórdia, Hospital, & junto à Praça huma Ermida de obra muy curiosa, que he dos Andrades, outra de S. João Bautista, outra de S. Bárbara, & hum Mosteiro de Terceiras de S. Frãcisco da invocação de N. donzellas recolhidas & virtuosas vivião em Comunidade no lugar da Nave, termo da Villa do Sabugal, donde se mudarão para esta Villa, que tem mais fóra dos muros huma Ermida de S. Pedro Mártir.

  • Tem esta Villa 550 vizinhos cõ nobreza;

  • He da Casa do Infantado & nella entra em correição o Ouvidor de VillaReal.

  • Ele abundante de pão, vinho, gado e caça; & tem mais de 50 poços de água.

  • O seu termo tem os seguintes lugares:

 Junça tem cem vizinhos cõ húa Igreja Paroquial da invocação de S. Maria Madalena, Curado anual, que apresenta o Vigário de N. Senhora das Candeas da Villa de Almeyda. Junto a este lugar está a Igreja de N. Senhora do Mosteiro, cujos vestígios mostrão ter sido Convento.

 Val de la Mula tem 100 vizinhos com huma Igreja Parroquial dedicada a N. Senhora da Assumpção, Abbadia que apresenta o Bispo de Lamego, de cuja Provedoria he esta Villa, a qual tem por Armas as Reaes de Portugal, juntas com huma Esfera, divisa del Rey D. Manoel.

 Assistem ao governo civil desta Villa dous Juizes ordinarios, que o são também dos Orfaõs, tres Vereadores, hum Procurador do Concelho, Escrivao da Camera, dous Tabelliaens

  • & tem Alfandega com Juiz, Escrivão, Feytor, & Guardas de pé, & de Cavallo. Ao militar, hum Terço de Infantaria paga , & huma Tropa de cavallos de presidio com quatro Companhias da Ordenaça, subordinadas ao Sargento mór desta Villa

in  Corografia Portuguesa , pág. 321


 1747

Villa na Provincia da Beira, Bil pado de Lamego, Deftricto de Cima Coa, Comarca de Pinhel, donde dif ta tres léguas para o Nafcente, festa de Trancofo para o mefma parte , Ouvidoria de Villa Real, na altura de quarenta graos, e trinta e dous minu tos de Latitude, onze graos, e qua renta e quatro minutos de Longitude. 

Difta hum quatro de légua do rio Coa, que dá nome à Comarca, que chamaõ de Riba-Coa, a qual ele hu ma língua de terra de quinze léguas de comprimento, e quatro de largo, onde tem a maior largura. Etá lancada de Norte a Sul, e cingida da parte de Portugal com o rio Côa; que tendo feu nafcimento na ferra de Xalma, que ele huma parte da Gata, en tra no nofo Reyno pelos "…"; Folgofinho, Val de Epinho, donde fe avifinha ao Sabugal, primeira Vil la acatelada defla Comarca por aquel la parte, e della vai correndo até fe metro no Douro em Villa-Nova de Folcoa. Pela parte, ou etremadura do Reyno de Leaõ com que confina, vai a raya balizada por campinas, e montes até S. Pedro de Rio-Seco , perto do qual Lugar nafce a ribeira de Touroens, que vai dividindo os Reynos até entrar no rio Agueda abai Xo de Efcarigo. Daqui vay o Agueda fazendo a melma divifaõ até entrar no Douro, que fecha ultimamente efte detricto, recebendo as aguas do Coa no Lugar, que difièmos. Attribue-fe a fua fundaçaõ aos Mouros quando fenhorearaõ Hcipa nha. Foy conquitada por ElRey D. Fernando o Magno, I. de Catella, e depois fe tornou a perder, e refau rou ElRey D. Sancho I, de Portugal; e finalmente ElRey D. Diniz a fºi, dou no fitio, em que hoje etá, e mandou fabricar o Catello, que depois foi reedificado por ElRey D. Manoel. Em huma efcritura antiga fe acha o nome deta Villa ccrita com T (Per }'illam Tupini Talmeida Egitania , C'c. e no fegundo volume da Monar guia Luftana, pag. 372, diz feu Autor, que Almeida com T no prin cipio, eo modo de Mourifco Tal meida (o Padre Antonio Carvalho da Cotta, no fegundo tomo da fua Coro grafia Portugueza, pag. 322, diz Tal zu2) da ) quer dizer Meza, e desvia fer pelo affento chaõ, que le vê em fua primeira fundaçaõ, que foy em hum campo mais para o Norte, onde ve mos agora hum valle, que fe chama o Enxido da Garça, e era o melhor, mais chaõ, é mais acomodado, que o que agora tem . O feu Termo compreendee dous Lugares, a faber; o de Junga, e Val de la Mula 7 efte em diftancia de huma grande legua à parte do Naf cente , afilitado da raya Cattelhana couta de hum tiro de canhaõ le entre o Nafcente, e Meyo dia em diftancia de huma mediana legua. Ef tá fituada eta Villa em planicie, que começa a ir levantando da parte do Nafcente para o Poente com pouca noiva, em cujo alto fe vê fundado o Caftello, e Igreja; e dahi defce da melma fórma para o Poente, de cujo alto fedefcobrem as Villas de Caftel lo-Rodrigo, Catello-Bom, Tranco fo, a Cidade da Guarda, e os Luga res de Mal-Partida, Val de Madeira, Azinhal, a Serra da Etrella , e feus ramos, ea da Morofa, nefte Reyno ; e no de Caftella a torre do Caftello de S. Felices o grande, ea Nojoza, e as Serras de Penha de França, Xalma, e Fojos. A Igreja Paroquial he Reytoria da collaçaõ Ordinaria , e o Reytor apreenta o Curato da Igreja de Santa Maria Magdalena do Lugar da Junça: tem de congrua quinhentos mil reis: fógos feitcentos e hum : e moradores dous mil quatrocentos feffenta e tres. O Orago da Igreja Nofa Senhora das Candeas: tem tres naves, e onze Al tares, o mayor, o do Menino Jeis, o de Santo Antonio, o da Conceiçã6, que o particular da família dos Batatos; o de Notta Senhora das Neves, Mordomia; o de S. Sebaftiaô, Irman dade dos Militares, e vífinhos; Santa Anna, particular da família dos Fonte cas; o das Almas, Irmandade dos mo radores; o de S. Bartolomeu, Mor domia; o de Nofia Senhora do Ro fario, Mordomia dos moços fotei ros; eo dos Pafos, Irmandade do Povo. • Tem hum Convento de Freiras da Terceira Ordem de S. Francisco da invocaçaõ de Noíta Senhora do Lo reto, que, Regundo a tradiçaõ antiga, vieraõ retiradas de um Recolhimem para junto ao Lugar da Nave, Termo da Villa do Sabugal; e dete Conven to fairaõ as Fundadoras do Convento de Sá da Villa de Aveiro, na feliz ac clamaçaõ do Senhor Rey D. Joaõ IV. He ette Convento fubordinado a Padres da Terceira Ordem, e the afftem dous Padres, hum por Confef. for, e outro por Procurador. Vivem nele cincoenta Religiofas, e tem fa lecido muitas com grande opinião de virtude, como foraõ a Madre Maria de S. João , e fua irmãa Magdalena Evangelifta, Maria da Madre de Deos, Ifabel da Vifitaçaõ , Terefa Maria de Jefus, Anna de Chrifto, Maria do Monte Olivete, Luiza da Glória, Leonor da Natividade, e Maria das Neves, todas Religiofas de efclareci do procedimento, e virtudes. Tem um Hospital provido por conta da Fazenda Real, e ele particular para os Militares, o qual admini traõ os Religiosos de S. João de Deos, com hum Padre Adminiftrador , e dous Enfermeiros, e outro de Mifa, de cuja depeza tomaõ contas dos Vedores Geraes.

 

Ha Cafa de Mifericordia, erecta ha quarenta e fete amos, e principia da a fazer com trezentos mil reis, que fe pagaraõ do dinheiro aplicado à 

fortificaçaõ, em fatisfaçaõ do valor de huma Capella da invocaçaõ da Vera Cruz, que cítava extra muros delta Villa, e te mandou demolir por fazer danino à fortificação, e fe continuamente a obra a expenas do povo, para o que deu também a Rainha da Grão Bretanha, a Senhora D. Catharina, quan do fe acolheu para o Reyno cem mil reis de efmola; eo Bipo, que foy de Lamego D. Antonio de Vafcon violoncelos (primeiro Provedor della) ou tros cem mil reis, e fe fundou com Alvará Real, e Eftatutos da Miferi cordia de Lisboa. Conferva-fe nela huma Imagem de Cristo crucificado de muita devoçaõ, que eftava na Ca pella demolida.

 

Tem a Ermida de S. João Bau tita, com fazendas vinculadas da família dos Pereiras, que a adminiftraõ. A da Santa Bárbara, Irmandade, na qual fe conferva huma Imagem de Cristo crucificado agonizante de grande devoção. Foy trazida por alguns devotos na ocasião da guerra próxima à Acclamaçaõ do Lugar da Albergaria, Reyno de Cafella, quan do foraõ demolir o feu Caftello. Ha a Ermida, que ainda naõ ef tá benta, nem paramentada , a qual ele da familia dos Fontecas, Andrades, e Regos; dos quaes era a Capella , que ElRey lhe comprou com obriga Gaõ de fazerem com o dinheiro etta de que dizemos. Ha a Ermida da invocação de S. Pedro Mártir extra muros defla Vil la, Mordomia do povo, e fora do Santo Cristo da Barca em diftancia da Villa hum quatro de legua, em cujo fitio havia huma Cruz antiga de pedra inteiriça, tofcamente lavrada, e nella huma Imagem de Cristo mor a de meyo relevo, que haveria fete annos fe fez famofa com muitos, e infignes milagres, que ha obrado Deos por feu me você ; e por eta caula ele muy frequentada de romeiros em to do o anno, afim dete Reyno, como do de Caftella, e com elmolas fe o tem feito huma Igreja com tres Altares , e todos os paramentos ne cefarios, e já nella fe diz Mifa. Entre o Nafcente, e Sul, dif tante deta Villa huma legua, fica a Ermida de Nofa Senhora do Mottei ro, que, fegundo afirma a tradição dos antigos, foy habitaçaõ dos Temi plarios. Era de fabrica antiga, e ho jefe demolio o corpo da Ermida, e fe reedificou ao moderno de abobeda com efmolas, que deraõ alguns devotos: nella etava hum efcudo das Ar mas dete Reyno ao antigo, fendido fobre huma Cruz da Ordem de S Ben to de Aviz, que motra fer feito em tempo del Rey D. João II. Graó Mel tre da dita Ordem, a qual fe tornou a pôr na metnia Capella. A clavay a Camera deta Villa, eo Paroco em procifaõ por ufo imemorial todos os Sabados de Marco, e de Ramos, e dia de Nofia Senhora dos Prazeres; e da me{ma fórma vaõ os moradores dos Lugares circunvifinhos com fuas Cruzes, e nela fe faz Sermaõ nos dias referidos , que prégaõ os Prégadores da Quarefma deta Villa. Os frutos da terra, que em ma sua abundância acolhem os morados res, faõ; trigo, cevada, centeyo, vi nho, milho grofo, e azeite. Tem muitas quintas, e algumas hortas com boas hortaliças , e ele abaftecida de grãos de bico, e mais leguminosas. Governa-fe no Civil por dous Juízes ordinarios, que o faõ também dos Orfãos, três Vereadores, hum Procurador do Concelho, Efcrivaõ da Camera, dous Tabelliaens, dous Al motacés, que elege a Camera cada tres mezes, e dousdores do povo Procuradores annuaes, que fe elegem no princípio do ano, aos quaes fe dá vita de tudo o que fe faz a bem, ou mal do povo . A etas eleição prefidem os Ouvidores de Villa-Real, e Se Nhor Donatario dá os ofícios de Juiz dos Órfãos, Contador, Enqueredor, e Diftribuidor, que andam juntos. Ef tas Jultiças provê a Cafa do Infanta do, por fereta Villa Patrimonio dos Senhores Infantes, e antigamente para ra do Marquez de Villa-Real. Tem Alfandega com Juiz, Ecrivaõ, Feitor, e Guardas de pé, e de cavallo. Ao Militar lhe afite hum Terço de In fantaria paga, e huma Tropa de Cavalos de prefidio, com quatro Companhias da Ordenança; tubordinadas ao Sargento mór deta Villa. Ha memoria certa, que defla Villa foy natural o grande Diogo da Fonfeca, de quem trata Fr. Bernardo de Brito, Monge de S. Bernardo , e Chronita mór dete Reyno, também Moradia de deta natural; como também Antonio da Fonfeca Pego, Coronel do Terço de Goa nos Estados da Índia, para a qual foy de pachado para Governador de Mombagº. Houve também neta Villa hum Luiz de Figueiredo, Secretário de Efetivo de Filippe II. Padroeiro, e Fundador do Convento das Religiosas da Villa de Pinhel.

 

Houve uma família dos Napoles, que ele muy efclarecida, e vive para as partes de Vifeu, e tem neta Villa muitas fazendas, cafés, e moinhos, e nas fuas vifinhanças; e tem por ef cudo nas mefmas cafãs huma garça en tres ondas de hum rio, ou mar. Ha a familia dos Delgados, uni dos com a familia dos Figueiredos, de que ha pouco faleceo o Coronel Jofeph Delgado Freire, que na bata lha de Almança fahio com varias feri das, e efteve nomeado General de Batalha para os Eftados do Brafil. Tem por efcudo de huma das partes hum galgo atado a hum limoeiro, e da ou tra cinco folhas dos Figueiredos. Houve Carlos de Torres Anto na, que chegou por feus ferviços de foldado particular a Mettre de Campo, Governador da Província. O Coronel Antonio Velho de Azevedo, engenheiro infigne, e uni verial em todas as foiencias de Mathematicas, e Fortificações. E outras muitas famílias nobres, e muitos homens perigosos na arte militar. He eta Villa muy populo à : tem vinte e quatro Clérigos, e alguns deles formados, muitos Religioios, e quinze Cavaleiros da Ordem de Cristo, e hum da Ordem de Santia go. Ha nella hum mercado franco nos primeiros Domingos de cada mez, a que acode quantidade de mercadorias de coufas cometiveis , afim defle Revmo, como do de Catella. Além dete ha nhais huma feira franca de três dias, que de antes fe fazia no dia da Invençaõ da Santa Cruz em Maio, e fe mudou em obtequio do Santo Cristo da Barca para o fitio da fua Capella, e dia da Exaltaçaõ da Cruz a quatorze de Setembro, e nos fe guintes dous dias. Ha neta Villa hum privilegio por foral do Senhor Rey D. Manoel, que os Juizes da Villa levcm dizima das fentenças, que daó à execuçaõ, como também a pena da arma, e com que fe fiz fangue, antes de o reofe pôr em livramento, e nella naõ en trajuítiça alguma, fenaõ as do Dona tario, tem licença especial dele, ex cepto o Provedor de Lamego . Tem fua Alfandega Real com Juiz, Feitor, Etcrivaõ, Pezador, e Guardas, cu jos oficios provê a Coroa. |- … Tem huma famofa Vedoria com cafa particular, e de boa erecçaõ com hum Vedor Geral, Prefeito oficial, tres Commifarios de motras, oito Oficiaes, hum Efcrivaõ dos mantiment tos, hum Guarda livros, hum. Con tinuo, e Meirinho, que todos affif. *em contínuo ao defpacho das partes da Fazenda Real na me{ma Ca fa, que ele da Coroa, nas horas, e dias certos pelo Regimento , º por fer eta Villa quafi reputada quan ao ao Militar pela cabeça da Provincia, aonde ordinariamente afitem os Go vernadores della, e de prefente o ele -o General de Batalha João Dantas da Cunha, proprietário do governo da dita Villa, e Praça., pefoa muito abaftada de fazenda, e bens, e quafi connaturalizada nella . |- Meya legua ditante deta Villa junto ao rio Coa, entre o Poente, e Norte há uma fonte, a que chamaõ a Fonte Santa, cujas águas faõ fulfu áreas, que pelo cheiro fe conhece: ele pouco copiota: ufaõ della os morado " Res para farmas, comichões, proidos, chagas rebeldes, e corrofivas, afim de tomar banhos, como lavando mel ia as partes exulceradas, ou prurigi notas. banhos para intemperanças quentes das entranhas, e do fangue, e por ifo util para os que padecerem afectos hipocondríacos, flatos me lancolicos, e queixas nefriticas.He eta Villa murada de forte cantaria , e contém uma fua fortificação de cinco baluartes com fuas torneios, a que parecem externamente outros tantos rebeldes . A muralha he terreplanada com fua eftrada para rondas, e fuas vermas, fof fos, e etradas encobertas, explana das, portas faltas, e tudo o mais ne cefario à defenfa de huma Praça bem fortificada. Tem duas portas, huma a que chamaõ da Cruz, e fora de Santo Antonio com fuas portas leva digas, afim nas interiores, como nas exteriores dos rebeldes, que lhe cor refpondem, e em cada huma delas entra huma Companhia de guarda a dos dias por destacamento do Regimento da fua guarnição, e huma Companhia de oitenta artelheiros; e afite nella também hum Regimento de Cavallaria, para cujos alojamentos ha quarteis feitos por conta da Fazenda Real, fem darem opprefaõ aos mora dores; e cavalhariças para os cavallos, por cuja caufa ele muito abaftecida de todo o necefario, e as fuas vifinhanças ferteis de caça, e muitos gados, que fe criaõ, e pataõ nos feus detrictos. . Ha neta Praça hum trem de ar telharia, onde continuamente efta trabalhando muita quantidade de ficiaes de ferralheiros, ferreiros, ar meiros, e carpinteiros em várias obras da fortificação, e artilharia, e nelle fe fazem os reparos com toda a arte, de fórma que fendo muito veleiros, bem feitos, e obrados aturaõ todas as batarias femem, como fe vio, e ões de Miranda, e Salvaterra, e na redução de Salamanca na guerra pro xima pafada; e nelle fe obraraõ mais de trezentos carros manchegos, que foramõ remetidos para as Reaes obras de nhor, Mafra por ordem delRey• noffo Se O Catello fica dominando toda a Villa. Daqui fe avitaõ terras de on ze Bifpados , a faber i de Lamego , -Guarda , Coimbra, viºu , Braga, Miranda, Porto, Coria, Ciudad Roº :drigo, Placencia, e Salamanca. Eftá fundado dentro da Villa, que imita a obra antiga dele, que fe reedificou Jha mais de trinta e cinco anos, por caufa de um raio, que lhe cahio. Tem quatro baluartes, ou cubos, e tem leu fofo: dentro do Caftelo ha varias catas, que fevem de armazens de todas as armas, e munições necef farias para te armar hum exercito de 3ooUooo. homens, e hum trem de quatorze, ou quinze peças de artelha ria de varios calibres, que ha na Vil la; além de outras muitas mais de que ctá provido para fua defenfa, em cu jo numero e contaõ fete, ou oito Cafº telhanas, que tomamos aos Helpa nhoes na Campanha de Catello Ro drigo. Morteiros de varios polegos, outros de granadas Reacs, e de muitos de granadas de maõ; como também cafas para fardas, vetiarias, e roupas dos holpitaes, e boticas : e no meyo delle hum poço de agua nativa muito boa. Etá mais no dito Caftello o ar mazem da polvora feito a prova de bomba. Os nomes dos baluartes da fortificação da Praga, faõ; Nota Sc nhora das Brotas, Santo António, S. Pedro, S. Francilco, S. João de Deos, e Santa Bárbara. As Armas deta Vil la faõ as Reaes com huma esféra, e fem imperiaes na Coroa. Confiderando Sua Mageftade a ruina, que houve meta Villa, e na de Campo-Mayor, mandou fazer três armazens levess nos baluartes da Pra ca por fua conta , nos quaes fe etá trabalhando para no tempo da paz fe meter neles a polvora, e obviar no V%AS TUlllla S. - |- A tradição antiga etar fundada primeiro eta Villa ditante do fitio, em que hoje fe vê hum tiro de peça para a parte do Norte, aonde cha maõ os Pedregaes , e nefte lugar de def cobrem ainda os lavradores muitos ti jólos, e canos de barro, pias, e ou tras coufas, que motraõ antiguidade . No metimo fitio ha huma fonte cha mada da Carga com boa agua. Para a parte do Nafcente há outra chamada a Trigueira, que fica vifinha da Villa de agua excelente, e muy faudavel, da qual fe provê a Villa. Na melma difancia, para o Poente, há outra fonte novamente feita, chamada a Fi gueira, que abafece também os mº radores: outra ao Sul na melma dit tancia, a que daõ o nome da Guerreira. Há também hum chafariz no Poco, e outro diftante da Villa para o Nafcente, chamado do Enxido do Poço; e para o Poente o chafariz Sil veiro. Além de detas fontes públicas, a mayor parte das calas tem poços; e há poucos anos fe abrio hum no Terreiro das Freiras, abundantefinho de água de excelente qualidade , e eftá fempre aparelhado com baldes, rolda nas, e pias, onde bebe a mayor parte da cavallaria. - * * No fofo ha tambem huma nora com muita agua, e por caufa de fe fazerem no baluarte de Saõ Joaõ de Deos humas cafas matas, que ainda naõ etaõ acabadas, e{tá ao prefernte defmanchado outro chafariz, que cla va de beber a toda a cavalaria. • Ha meta Villa outro trem, que ferve de recolocar madeiras, e outras catas mais para receptáculos das mu nicões de guerra, e tres atafonas de moer paõ em cafas feparadas. Os frutos da Igreja defla Villa, por cotume antiquiílimo, fe dividem em três partes, huma que cobra a Mi tra Epifcopal de Lamego, outra que pertence à Igreja, e arrecada a Comendadora da Villa D. Terefa de Caf tro, e deta parte fe paga aos Rey tores, Coadjutores, e Curas da Igreja da Junça, e fe dá cera para o Orago, e dous almudes de azeite, e dous arra teis de incento para a Confraria do Santíssimo Sacramento. A outra ter qa parte fe divide entre o Alcaide mór detta Villa, e a fabrica da Igreja, levan do efia huma terça, e ficando aquelle com duas.

Pelo destricto defla Villa corre o rio Coa já com corpo batante, e faz a terra niimota com o peixe, que cria fervindo efte de regalo, e a fila pelcaria de diversão aos moradores

 "Diccionario Geografico ", do Padre Luiz Cardoso, editado em 1747)


1867

Villa, Beira Baixa, comarca do Sabugal, 17 kilometros ao S. O. de Pinhel, 12 ao N. da raia de Hespanha, 335 ao E. de Lisboa, 470 fogos.

Em 4°25' de latitude, 11°44' de longitude.

(Tinha em 1660, a villa, 300 fogos.)

Orago Nossa Senhora das Candeias.

Bispado de Pinhel, districto administrativo da Guarda.

É incontestavelmente palavra árabe, Almeida, (a meza.) Na Mon. Lus., tom. 2º, cap. 28, pag. 337, diz-se que se lhe deu este nome, por estar edificada em uma planície. Na mesma Mon. Lus., em Bluteau e outros escriptores, acha-se esta palavra escripta precedendo-lhe um t (Talmeida) mas é erro; porque então se derivava de talmidon (discípulo) e significava discipula.

Dizem outros, que se deu a esta villa o nome de Almeida, por n'ella haver em tempos antigos uma meza cravejada de pedras "preciosas, de um valor inestimável.

Outros ainda pretendem que o seu nome era Atmeidan (campo ou logar para corridas de cavallos.)

Os que seguem esta opinião, fundam-se na corrupção de Atmeidan, para Talmeida; mas não é uma nem outra cousa, senão Almeida, palavra puramente árabe e sem corrupção nenhuma.

Demais a mais a villa está fundada em uma espécie de plató, a que ainda hoje chamamos meza, isto prescindindo mesmo da existência da tal meza rica, o que dá mais provabilidade á minha opinião.

Todos os auctores são concordes em dizer que é fundação árabe, do século VIII ou IX. O seu assento primitivo era no sitio onde hoje se chama Enchido da Sarça.

O Enchido da Sarça fica a um kilometro da villa, para o N.

Também chamam a este sitio Pedregaes.

Tem aqui apparecido muitos tijolos, canos de barro, pias, etc.

Ha aqui a fonte da Sarça, de muito boa agua. Vide Enchido.

D. Fernando I de Castella (o Magno) a conquistou aos mouros em 1039. Com as guerras dos tres filhos de D. Fernando I (D. Sancho, D. Garcia e D. Affonso) por causa da ambição e malvadez do mais velho (D. Sancho) que queria usurpar, e usurpou, os reinos a seus irmãos, os mouros nos tomaram algumas villas e cidades, e entre ellas Almeida, pelos annos de 1071.

Em 1190, D. Sancho I, de Portugal, a tomou aos mouros, pela bravura de D. Paio Guterres, neto de D. Egas Moniz (que desde esta conquista se ficou appellidando de Almeida) mas com as intermináveis guerras d'aquelle tempo ficou Almeida quasi arrasada e despovoada. Assim a achou D. Diniz, pelo que a mudou para o sitio actual, fazendo-Ihe o Castello e dando-lhe foral em 1296.

Franklin! não falla n'este foral, o que não admira, porque lhe ficaram muitos foraes antigos por descrever.

D. Manuel ampliou as fortificações e a villa, e lhe deu foral novo, em Santarém, no 1º de junho de 1510.

É cercada de muralhas de cantaria, com duas portas (Santo Antonio e S. Francisco) com uma fortaleza no alto da villa, com duas torres, cinco reductos, cinco revelins, fossos, esplanadas, armazéns, paioes, estradas cobertas, cisternas e grandes quartéis subterrâneos, etc. etc.

Onde hoje é a cidadella, era o antigo Castello de D. Diniz, o qual D. Manuel ampliou e reformou. No século passado caiu n'elle um raio, que bastante o dammficou; mas logo foi reparado.

O conde de Ó Reilli, com um exercito hespanhol a cercou e fez render por capitulação, em 25 de agosto de 1762. Com a paz, de 10 de fevereiro de 1763, foi restituída a Portugal.

Em 1810, o general francez Massena põe cérco á praça, em 10 de agosto. A guarnição portugueza resistiu heróica e obstinadamente; porém em 27 do mesmo mez, uma horrível explosão faz voar uma grande parte das suas fortificações e grande numero de casas. Os sitiados não tiveram remédio se- não capitular a 28. Mas a 11 de abril de 1811, o general Beresford, com o exercito alliado, recupéra a praça e expulsa os francezes do território portuguez, pela terceira e ultima vez.

O Castello foi depois reparado, em parte, mas, mesmo assim, está muito arruinado.

O conde do Bomfim, tendo-se revolucionado, em Torres Novas, contra o ministerio cabralista, mas, não sendo secundado, como esperava, pelo resto do exercito, se recolhe a Almeida (com cavallaria 4, caçadores 1 e infanteria 12), mas o barão da Fonte Nova lhe vem pôr cêrco, obrigando os cercados a capitularem, a 28 de abril de 1844. (Bomfim. e os officiaes emigraram para a Hespanha.)

A 2 kilometros da villa passa o rio Côa.

A egreja matriz (Nossa Senhora da Purificação, vulgo, das Candeias) é um soffrivel templo de tres naves, e tem onze altares. Está dentro do castello.

Tem a villa Misericórdia e hospital, fundados em 1680, á custa do povo e com grandes esmolas da rainha D. Catharina, viuva de Carlos II de Inglatera, e filha do nosso D. João IV.

A 6 kilometros de Almeida, está a capella da Senhora do Mosteiro, que, segundo a tradição, foi egreja de um convento de templários. D. João II reedificou esta capella, pondo -lhe as armas de Portugal sobre a cruz de Aviz, de cuja ordem era grão-mestre, perdendo o edificio todos os vestígios da sua muita antiguidade.

Todos os sabbados de março, sabbado de Ramos e na segunda feira dos Prazeres, ia (por costume immemorial), a camara e povo da Villa e arrabaldes, em procissão, a esta Capella, havendo então alli sermão.

Do Castello da villa desfructa-se uma linda vista. D'elle se vê a cidade da Guarda, as villas de Castello Rodrigo, Castello Bom, Trancoso e território de 11 bispados portuguezes e hespanhoes : Lamego, Guarda, Coimbra, Vizeu, Braga, Miranda, Porto, Coria, Ciudad de Rodrigo, Píacencia e Salamanca.

A 3 kilometros da villa, e próximo ao Côa, ha uma fonte de agua mineral (sulphurica) muito procurada e applicada, com bom êxito, para varias moléstias. Chamam-lhe por isso Fonte Santa.

Ha aqui mercado, nos primeiros domingos de cada mez, e feira de tres dias a 14 de setembro.

As suas armas são: um escudo com as armas reaes (sendo a corôa d'estas aberta, ao uso antigo) e ao lado a esphera armilar, divisa de D. Manuel, que foi quem Ih'as deu. Segundo alguns auctores, antigamente eram uma torre com tres baluartes e no meio as armas reaes.

Seu território é abundante de aguas, cereaes, fructos etc. etc.

Tinha um convento de freiras franciscanas (de Nossa Senhora do Loreto) que fundaram tres irmãs chamadas, Garcia Corôa, Anna da Conceição e Branca da Assumpção (da familia dos Séllas e Falcões, de Pinhel.) Foi primeiro fundado no logar da Nave, termo do Sabugal, e mudou-se depois para aqui. Foi supprimido e está abandonado.

D'este convento sairam as fundadoras do convento de Sá, em Aveiro, em 1641.

Aqui nasceu, em 20 de agosto de 1569, o célebre historiador fr, Bernado de Brito. Era filho do capitão Pedro Cardozo de Andrade e de Maria de Brito. Antes de ser frade, chamava-se Balthazar de Brito e Andrade. Seus paes o mandaram em creança para Roma, onde estudou a fundo a lingua latina e aprendeu com perfeição o francez, italiano, grego e hebreu. Regressou a Portugal e se formou em theologia, na Universidade de Coimbra, em 1606.

É auctor de obras de incontestável merecimento, sendo as principaes Monarchia Luzitana e Chronica de Cister. A primeira d'estas obras a escreveu tendo apenas 27 annos, e a segunda aos 33.

Foi nomeado cbronista-mór do reino, por morte de Francisco de Andrade.

Metteu-se frade bernardo, aos 15 annos.

Por muitas vezes o quizeram fazer bispo, mas elle nunca acceitou.

Veiu morrer a Almeida, sua pátria, a 27 de fevereiro de 1617, tendo apenas 47 annos. Era geral da ordem de Cister.

Foi seu cadáver levado para o convento de Santa Maria de Cister; mas em 1649 foi transferido para o convento de Alcobaça, para a casa do capitulo, onde jaz, com «o epitaphio seguinte :

Bernardus Brito, conditur hoc tumulo. Inter scriptoris magnus chronista qui majòr- Regis et stylo maximes ipse fuit. (Vide- Alcobaça.)

Almeida tem um antigo hospital militar. Pelas leis de 1814 é quartel de infanteria nº 11.

Este regimento está actualmente em Abrantes.

Almeida foi antigamente da comarca de Pinhel, e é no paiz chamado Riba-Côa, trato de terra que tem 15 léguas de comprido e 4 de largo.

O concelho de Almeida foi muito augmentado em dezembro de 1870. Eis a razão :

O concelho de Castello Mendo, foi supprimido em 24 de outubro de 1855, e as freguezias que o compunham foram annexadas ao concelho do Sabugal, até que em 1870 vieram formar parte do de Almeida, sendo desmembrados do do Sabugal.

O que então para aqui veiu, foi : villa de Castello Mendo e freguezias de Azinhal, Pêva, Freixo, Mesquitella, Monte Paraboloso (ou Monte de Pero Bolso) Ade, Cabreira, Amoreira, Leomil, Mido, Sinouras e Aldeia Nova.

De Hespanha veiu para Portugal, no tempo do nosso D. Fernando I, D. Vasco Lôbato, nascido na Galliza. Seus descendentes tiveram o seu solar na quinta de Cheira-Ventos, termo de Almeida.

Peuro Annes Lobato, senhor d'esta casa, foi regedor da cidade de Lisboa, no anno de 1442, e D. João I o fez fidalgo de sua casa e lhe deu armas. Jaz na egreja de S. Mamede, de Lisboa.


LOCALIZAÇÃO

 

A área abrangida pela vila de Almeida circunscreve-se ao núcleo urbano e zona envolvente da fortaleza. A vila é sede de concelho que faz parte do Distrito e da Diocese de Guarda. Tem como concelhos limítrofes Figueira de Castelo Rodrigo (a Norte), Guarda (a Ocidente), Sabugal (a Sul), e do lado Leste confina com a Espanha.

 

O município, do ponto de vista geomorfológico, insere-se numa região formada pelas terras altas do maciço antigo (Meseta Ibérica) em amplo vale aplanado que vai diminuindo de cota gradualmente até ao rio Douro.

 

Predomina o granito, que é a matéria-prima do tipo de construção de Almeida. As altitudes máximas do concelho variam entre 500 e 850 metros, tendo a maior parte da sua superfície (aproximadamente dois terços), uma diferença de cotas que não ultrapassa os 200 metros.

 

Integra-se na bacia hidrográfica do Douro, sendo de realçar as seguintes linhas de água: o Rio Coa, que corre no sentido Sul-Norte, e divide o concelho a meio; o Rio Seco (afluente da Ribeira de Aguiar), a Ribeira dos Tourões (afluente do Rio Águeda) e a Ribeira das Cabras. Com exceção do Rio Coa e da Ribeira das Cabras que correm em gargantas muito profundas, as restantes linhas de água atravessam depressões bastante abertas.

 

Em termos climáticos o município fica entre duas regiões distintas: uma onde se faz sentir a influência dos vales fundos (caso do Coa) que trava a entrada do ar oceânico, muito seco de influência continental, com grandes amplitudes térmicas e que abrange a zona de Figueira de Castelo Rodrigo; e, outra, de influência de massas de ar atlânticas, que refrescam o planalto da Guarda e área envolvente.

 

 

 

CARACTERIZAÇÃO HISTÓRICA

 

Desde épocas recuadas que o concelho de Almeida testemunha a presença humana. Existem vestígios do Paleolítico, de castros da Idade do Bronze e Ferro, e villas romanas. É vulgar o aparecimento de lagares, lagaretas e sepulturas escavadas na rocha, destacando-se a necrópole da Carrapita, na freguesia de Malpartida.

 

Almeida está ligada a períodos determinantes da história de Portugal. Aqui tiveram lugar importantes e frequentes lutas e revezados esforços pela posse e soberania do território.

 

Durante a Reconquista Cristã a povoação foi por diversas vezes conquistada e perdida. Em 1039 foi tomada por Fernando Magno de Leão e, em 1071, as contendas entre os filhos daquele monarca são aproveitadas pelos árabes que retomam a povoação.

 

No reinado de D. Sancho I, em 1190, voltou a ser terra cristã e evidenciou-se na refrega D. Paio Guterres, neto de Egas Moniz, que adquiriu aí o apelido de Almeida. Pouco depois, a vila era novamente pertença dos árabes. O retorno às forças cristãs foi feito pelo reino de Leão.

 

Durante a época medieval a povoação adquire importância devido à localização estratégica junto da fronteira. O rio Coa constituía nesta área a linha de fronteira entre os reinos de Portugal e Leão desde a formação da nacionalidade.

 

Com o Tratado de Alcanices, em 12 de setembro de 1297, durante o reinado de D. Dinis, fica integrado nas terras de Riba-Coa, passando a linha defensiva a ser constituída pelos castelos do Sabugal, Alfaites, Castelo Rodrigo, Vilar Maior, Castelo Bom, Almeida e Castelo Melhor. Com Almeida a fazer parte definitivamente do território português, foi reconstruído o seu Castelo e dado foral por D. Dinis em 1296, mais tarde confirmado por D. Manuel I.

 

O desenvolvimento da vila de Almeida continuou a ser paralelo aos acontecimentos militares e políticos. Durante a crise de sucessão aquando da morte de D. Fernando, o burgo desempenhou papel importante nas Guerras com Castela (1372 - 1386), tendo D. João I conquistado o castelo de Almeida que havia tomado partido pelo reino vizinho. No reinado dos Filipes, as fortificações de fronteira foram progressivamente ficando em ruínas por proibição expressa de serem recuperadas.

 

Só posteriormente, com a Guerra da Restauração (1640) e depois dos Filipes terem destruído a construção medieval, são iniciadas as obras da atual fortaleza, sob o projeto do engenheiro francês Antoine Deville. Durante esta guerra, a praça foi importantíssima na salvaguarda da Beira, sem nunca ter sido conquistada. No decorrer da Guerra dos Sete Anos, a vila foi cercada por espanhóis e franceses, sendo submetida em 1762. Recuperada no ano seguinte, recebe novas e importantes obras no baluarte e é considerada a praça militar mais importante e inexpugnável de Portugal.

 

Por incúria, durante as invasões francesas (1808-1811), um paiol explodiu violentamente, tendo danificado quase totalmente o castelo e a vila. Com as Lutas Liberais, mais uma vez a vila é palco de lutas pela posse daquela praça. Em 1927 deixou definitivamente de ter funções militares.

 

CARACTERIZAÇÃO ESTÉTICA

 

Do património construído há que salientar o castelo medieval, destruído durante as terceiras invasões francesas, em 1810, em consequência da violenta explosão do paiol de pólvora do qual subsistem apenas as ruínas dos alicerces, que se encontram dentro da fortaleza de Almeida.

 

A fortaleza (classificada como Monumento Nacional), constitui um dos exemplos da arquitetura militar do século XVII, do tipo das fortificações Vauban, e um dos maiores expoentes da arquitetura militar abaluartada em Portugal. A edificação deste conjunto de estruturas militares prolongou-se pelo século seguinte. A fortificação tem muralhas de traçado ou planta regular, em forma de estrela de seis pontas, constituída por outros tantos baluartes (Santo António, S. Pedro, S. Francisco, S. João de Deus, Santa Bárbara e Senhora de Brotas), correspondentes revelins, portas e fosso.

 

A fortaleza atinge um perímetro de 2500 metros onde as larguras chegam nalguns pontos a perfazer os 60 metros.

 

 

ruínas dos alicerces

 

O acesso ao interior do recinto fortificado é feito através de três portas: a de Santo António, encimada pelas armas reais, possui passadiço para o revelim grande e outra ligação, com 40 metros de comprimento para acesso à vila; a de S. Francisco, a mais imponente das entradas e autêntico ex-libris da vila fortificada; e a da Cruz, porta dupla menos grandiosa que as anteriores, virada para Vilar Formoso, e que, tal como as outras, possui passadiço de acesso aos revelins. As duas primeiras portas duplas, possuiem tunéis de abóbada à prova de bomba. Existem ainda duas exíguas portas falsas.

 

As muralhas encerram no seu interior diversas estruturas e construções de apoio: as casamatas, em área subterrânea, junto ao Baluarte de S. João de Deus, são um conjunto de 20 salas e corredores, cujo exterior foi concebido para suportar a deflagração de engenhos explosivos e permitir a proteção da população em caso de ataque. Durante o período das Guerras Liberais serviram de prisão.

 

O edifício que foi inicialmente concebido para Quartel de Artilharia, e que teve ainda funções como Quartel General e Cadeia, é atualmente sede da Câmara Municipal. Trata-se de uma elegante construção setecentista em estilo joanino, mas com algumas características já neo-clássicas, que apresenta no eixo da fachada, três arcadas em granito, sobre as quais está um frontão triangular com as armas reais entre elementos militares, rematado por fogaréus. Antecede a entrada uma ampla escadaria.

 

O Quartel das Esquadras ampla construção setecentista, localizada junto à Porta da Cruz, foi mandada edificar pelo Conde de Lippe e serviu como antigo Quartel de Infantaria. Possui na fachada as armas reais, sendo o acesso feito através de uma tripla escadaria.

 

O Quartel General de Wellington é o edifício que alojou este militar aquando da sua permanência em Portugal, durante a terceira Invasão Francesa.

 

A Praça Alta, situada a Norte-Noroeste, é assim designada por ser o sítio mais elevado da vila. Possui uma grande esplanada, esta antiga plataforma de bateria, que domina os baluartes e revelins. Junto ficam uma lápide que evoca o tenente Jonh Beresford, e o cemitério, no local onde se julga ter sido edificado o castelo de D. Dinis.

 

O Picadeiro, antigo trem de artilharia e arsenal de praça (Baluarte do Trem), serve de recinto para equitação.

 

 

Muralhas de Almeida

 

Núcleos mais importantes

PATRIMÓNIO MATERIAL

Igreja Matriz

Igreja da Misericórdia

Hospital da Misericórdia

Casa da “Roda dos Expostos”

Praça Alta

Câmara Municipal

Palácio da Vedoria

Antigos Paços do Concelho

Ruínas do Castelo

Muralhas de Almeida

Casamatas

Quartel das Esquadras

Torre do Relógio

Picadeiro

Porta da Cruz

Portas de São Francisco

Portas de Santo António

Fábrica da Moagem

 

Nos Arredores:

Capela do Convento da Barca

Fonte dos Frades

Igreja Matriz de Malpartida

Ponte de pedra (em Malpartida)

Sepulturas escavadas na Rocha (em Carrapita)

Estruturas Medievais (em Sapateira - Valverde)

 

Igreja Matriz

Antiga capela seiscentista, do Covento de Nossa Senhora do Loreto, que passou a desempenhar as funções de igreja principal, depois da violenta explosão, ocorrida em 1810, que destruiu a anterior matriz e o castelo medieval.

 

Igreja da Misericórdia

Templo seiscentista, que juntamente com o Hospital constituía a Casa da Misericórdia. Ostenta na fachada um pórtico clássico, com frontão entrecortado pelas armas reais.

 

Hospital da Misericórdia

Junto da igreja do mesmo nome, é uma construção com origens no séc. XVII caracterizadas por uma certa e funcionalidade

 

Casa da “Roda dos Expostos”

Trata-se de um edifício onde era costume deixarem-se os recém nascidos, crianças ou orfãos abandonados. A janela da Roda tem a data de 1843.

 

Praça Alta

É o sítio mais elevado da vila fortificada, situada a Norte-Noroeste. Possui uma grande esplanada , antiga plataforma de uma bateria, que domina os baluartes e revelins. Junto ficam uma lápide que evoca o tenente Jonh Beresford, e o cemitério, no local onde se julga ter sido edificado o castelo de D. Dinis.

 

Câmara Municipal

Elegante construção setecentista em estilo joanino, mas com algumas características já neo-clássicas, apresenta no eixo da fachada, três arcadas em granito, sobre as quais está um frontão triangular com as armas reais entre elementos militares, e rematado por fogaréus. Antecede a entrada uma ampla escadaria. O edifício ocupa o que foi inicialmente concebido para Quartel de Artilharia, tendo servido ainda como Quartel General e Cadeia.

 

Palácio da Vedoria

Edificado no séc. XVII, para servir como sede  do antigo Governo Militar, esta construção foi uma das que resistiu à explosão de 1810. Serve actualmente de Palácio da Justiça.

 

Antigos Paços do Concelho

Primeiro edifício sede do concelho, testemunha, tal como o pelourinho, a importância histórica da vila desde a Idade Média.

 

Ruínas do Castelo

O castelo medieval, situado dentro das muralhas da fortaleza de Almeida, foi destruído durante as terceiras invasões francesas, em 1810, em consequência da violenta explosão do paiol de pólvora. Subsistem apenas as ruínas dos alicerces.

 

Muralhas de Almeida

Trata-se de um conjunto de estruturas militares que foram edificadas entre os séculos XVII e XVIII. A fortificação tem traçado ou planta regular, constituída por seis baluartes (Santo António, S. Pedro, S. Francisco, S. João de Deus, Santa Bárbara e Senhora de Brotas), correspondentes revelins, portas e fosso. Atinge um perímetro de 2500 metros e, as larguras, chegam nalguns pontos a perfazer os 60 metros. O acesso ao interior do recinto fortificado é feito através de três portas (Santo António, S. Francisco e Cruz, sendo as duas primeiras portas duplas), elegantemente decoradas, com tunéis de abóbada (à prova de bomba) e antecedidas por passadiços sobre o fosso. Existem ainda duas exíguas portas falsas. Constitui um dos melhores exemplos da arquitectura militar do séc. XVII, do tipo das fortificações Vauban. As muralhas encerram no seu interior casamatas, o edifício da Câmara Municipal (antigo quartel de artilharia), o Quartel das Esquadras, a Igreja Matriz da Misericórdia, os vestígios do Castelo medieval para além da estrutura urbana da própria Vila de Almeida, formando todo este conjunto um importante património arquitectónico. Teve um papel importante durante as guerras da Restauração e Peninsulares.

Estão classificadas como Monumento Nacional (Decreto nº 14985 de 3-2-1928; Decreto nº 28536 de 22-3-1938; Z.E.P., 2ª Série, nº 97 de 24-4-1962).

 

Casamatas

Localizam-se no interior das muralhas, em área subterrânea, junto ao Baluarte de S. João de Deus. Trata-se de um conjunto de 20 salas e corredores, cujo exterior foi concebido para suportar a deflagração de engenhos explosivos, permitindo a protecção da população em  caso de ataque. Durante o período das Guerras Liberais serviram de prisão.

 

Quartel das Esquadras

Ampla construção do séc. XVIII, localizado junto à Porta da Cruz, mandada edificar pelo Conde de Lippe. Serviu como antigo Quartel de Infantaria. Possui na fachada as armas reais, sendo o acesso feito através de uma tripla escadaria.

 

Torre do Relógio

Trata-se de uma construção oitocentista, erguida sobre as ruínas da primitiva igreja matriz.

 

Picadeiro

Antigo trem de artilharia e arsenal de praça (Baluarte do Trem), serve de recinto para equitação.

 

Porta da Cruz

Porta dupla, virada para Vilar Formoso, possui tal como as outras portas passadiço de acesso aos revelins.

 

Portas de São Francisco

É a mais imponente das portas de acesso da cidadela de Almeida. Esta porta dupla é aberta em túnel de abóbada, sobrepujada por pedra de armas reais e precedida por um passadiço sobre o fosso.

 

Portas de Santo António

Porta dupla, encimada pelas armas reais, possui passadiço para o revelim grande e outra ligação, com 40 metros de comprimento para acesso à vila.

 

Fábrica da Moagem

Antiga instalação fabril, do início do séc. XX, cuja maquinaria para moagem de cereais, ainda se encontra em boas condições. Funciona com energia eléctrica.

 

Capela do Convento da Barca

Construção de planta centralizada, cujo interior denuncia a traça barroca. Tem uma romaria no Domingo de Pentecostes. O templo fica localizado em local privado (Quinta do Senhor da Barca).

 

Fonte dos Frades

Equipamento tradicional de características regionais, encontra-se actualmente em ruínas.

 

Igreja Matriz de Malpartida

Trata-se do tipo de igrejas medievais, com características românicas e elementos de épocas posteriores, designadamente, do estilo gótico.

 

Ponte de pedra (em Malpartida)

Ponte medieval, com aparelho e tabuleiro de características românico/góticas.

 

Sepulturas escavadas na Rocha (em Carrapita - Malpartida)

Antiga necrópole de características peninsulares.

 

 

PATRIMÓNIO NATURAL / AMBIENTAL E PAISAGÍSTICO

Rio Côa e Afluentes - É o mais importante elemento natural que marca a ambiência desta região, do ponto vista geográfico e histórico. O Rio Côa corre em profundo e apertado vale, com cerca de 150 a 200 metros abaixo do antigo planalto onde se encontra encaixado. Nalguns pontos das suas margens, possui escarpas de forte pendor (com declives superiores a 45°), casos junto a Castelo Mendo e a Sul do vale. As espécies piscícolas que existem nas suas águas, são, entre outras, a truta, o barbo, a boga.

 

Área Natural Biótopo de Almeida - Trata-se de uma área que se circunscreve aproximadamente às freguesia de Malpartida e Vale da Mula, ainda sem  protecção legal, mas de grande interesse. Foi inventariada pelo projecto CORINE/BIÓTIPOS, em Julho de 1991, tendo sido referenciado o sítio com o nº C 00000091 e incluído no tipo “formação vegetal”.

 

Área Natural Biótopo de Nave de Haver / Aldeia da Ponte - Trata-se de uma área ainda sem  protecção legal, mas de grande interesse. Foi inventariada pelo projecto CORINE/BIÓTIPOS, em Julho de 1991, tendo sido referenciado o sítio com o nº C 00000093 e incluído no tipo “formação vegetal”.

 

Nascentes de Águas Minerais da Fonte Santa - A exploração destas águas encontra-se regulamentada pelo D.L. nº15401 de 17-4-28, sendo nele definida a área de protecção bacteriológica da nascente.

 

Cabeço Negro - Situado nos arredores de Almeida, avista-se deste ponto, uma magnífica paisagem do concelho. O lugar foi palco, em 1810, de um dos episódios da luta contra o invasor francês, antes do cerco de Almeida. Foi aqui que se entricheiraram forças portuguesas e inglesas, na tentativa de travarem o inimigo comum. Um cruzeiro em pedra colocado neste local lembra os que tombaram na batalha.

 

EQUIPAMENTOS CULTURAIS

Museu de Armas

 

PATRIMÓNIO IMATERIAL

 

EVENTOS

Feriado Municipal - A comemoração do Feriado Municipal (evocação da batalha que se travou em Almeida em 1663, decisiva para a consolidação da Restauração) integra habitualmente no seu programa actividades culturais em que estão quase sempre presentes todos os anos os concursos de jogos tradicionais e actuações de grupos musicais.

Feira Anual (8 de Abril)

Feira de Setembro

Festa da Senhora das Neves - Festa de cunho religioso, animada por actividades lúdicas (grupos musicais, jogos tradicionais e espectáculos de pirotecnia). Tem data no penúltimo Domingo de Agosto.

Romaria do Senhor da Barca - Esta festa consta de uma peregrinação à capela do Convento do Senhor da Barca (localizado nas imediações da Vila de Almeida), seguida de lanche e convívio na Quinta do Senhor da Barca e de um baile que normalmente se realiza à noite, no interior do Centro Histórico da freguesia de Almeida. Realiza-se no Domingo de Pentecostes.

 

ETNOGRAFIA / ACTIVIDADES TRADICIONAIS

Ferro forjado

Bordados (a seda ou a prata)

Tapetes tipo “arraiolos”

Cadeiras de freixo (nos arredores, em Junça)

Cadeiras rústicas (nos arredores, em Junça)

 

GASTRONOMIA

Caça - Em Almeida, tal como em toda a região, a gastronomia é caracterizada por dois períodos cíclicos: a caça e a matança.

Cabrito no forno

Lageirada de bacalhau

Sopa de peixe (Rio Côa)

Enchidos da Beira - A forma tradicional de criar os animais e de “encher”, tornam este  produto muito apreciado.

Queijo

Requeijão

Bôla doce

Doce de abóbora (recheado com amêndoas)

Esquecidos

Migas doces  d’Avó

Tigelada da Beira

 

Fonte de informação

CNC / Patrimatic

Bibliografia

GIL, Júlio e CABRITA, Augusto - As Mais Belas Vilas e Aldeias de Portugal, vol. II, Lisboa/S. Paulo, Verbo, 1991.

 

Idem, Os Mais Belos Castelos de Portugal, Lisboa/S. Paulo, Verbo, 1986.

 

INTERVENÇÃO ALDEIAS HISTÓRICAS DE PORTUGAL : Beira Interior : Planos das Aldeias, [s.l.], PPDR Promoção do Potencial de Desenvolvimento Regional, [d.l.] 1995.

 

LOPES, Flávio (coord.) - Património Classificado - Arquitectónico e Arqueológico, vol. II, Lisboa, IPPAR, 1993.

 

PROGRAMA DE RECUPERAÇÃO DE ALDEIAS HISTÓRICAS DE PORTUGAL, Lisboa, Ministério do Comércio e Turismo : Secretaria de Estado do Turismo, 1994.

Link de E.Cultura


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Comments: 1
  • #1

    Carlos Esperança (Sunday, 02 June 2019 23:11)

    aesperancaenator@gmail.com

    A demografia de Almeida interessa-me particularmente.